segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

ARTISTA PARAENSE MOARA BRASIL NO PROGRAMA ENCONTROS COM FÁTIMA BERNARDES


Depois de ter se destacado no Art Battle Brasil, na cidade de São Paulo, evento realizado no final de novembro 2014, a artista plástica paraense, Moara Brasil, estará no programa Encontro de Fátima Bernardes (Globo), nesta terça-feira, 30. Moara foi caracterizada de índia (foto) o que chamou muito a atenção dos organizadores do Evento. O Art Battle é realidade em mais de 30 cidades no mundo que teve sua fundação no Canadá.  Os participantes têm 20 minutos para pintar uma tela com tinta acrílica, utilizando o que quiserem: pincel, espátula, stencil, dedo. Os artistas competem nos cavaletes pelo voto do público para mostrar seu talento e as pessoas acompanham de perto o processo criativo, participando desta atmosfera inspiradora. Além disso, todas as obras são leiloadas no próprio evento, com lance mínimo de R$ 150, com 70% do valor voltado ao realizador do quadro.
CONHECENDO UM POUCO MOARA BRASIL
Nome completo: Moara Brasil Xavier da Silva
Nome artístico de preferência : Moara Brasil
Histórico profissional (faculdades, pós, cursos livres e técnicos).
Eu estudei durante 3 anos o curso de Direito e  2 anos de Filosofia, porém resolvi desistir e fazer comunicação social na UFPA, pois era o curso que mais parecia com o meu perfil. Em 2003 quando tranquei meu curso de Direito abri um brechó junto com uma amiga (Lorena Cirino) e foi quando comecei minha experiência com as tintas e pincéis, customizando roupas de brechó e de amigos. Criamos a marca Loramoara. Fomos chamadas para expor em um Festival da TV Cultura no mesmo ano e também no concurso Criando Moda Iguatemi onde ficamos em segundo lugar. A marca durou mais que 1 ano, e depois fiquei sozinha com a mesma ideia porém sem a sociedade. Também apresentei meu projeto de roupas personalizadas no evento Caixa de Criadores em Belém. Participei de 2005 até 2009 de todas as edições do Caixa e também fui chamada para expor um vestido todo pintado por mim no Amazônia Fashion Week.  Quando me formei, decidi seguir meu caminho em São Paulo em 2009. Em 2010 resolvi fazer um curso técnico de Moda no Senai e foi quando participei de um concurso de novos talentos do Senai São Paulo, ganhei em primeiro lugar com a coleção “O Miriti”. Em 2013 resolvi estudar profundamente ilustração e arte na escola Sala ilustrada com a professora Catarina Gushiken, me formei este ano e me preparo para uma exposição individual  em 2015 no primeiro semestre feita por esta escola. Nestes dois anos participei de exposições coletivas da Sala Ilustrada e do Mercado Mundo Mix (em 2014). Também participei com uma ilustração no Projeto Menos 30 da Globo em parceria com a Itsnoon em novembro deste ano na Pinacoteca de São Paulo e na Fundação Progresso no Rio de Janeiro junto com outros ilustradores. Tenho participado de vários lives paintings em 2013 e 2014 no projeto Lokkomotiva  Crew. Durante estes dois últimos anos trabalhei na galeria Carré d´Artistes (galerina) e na Urban Arts (gerente).

Definição de sua arte, fontes de inspiração e projetos de médio e longo prazo.
Moara Brasil Belém do Pará - 1983. A Amazônia, bem como todas as riquezas culturais e naturais do Brasil, é fonte de minha maior inspiração, sobretudo os mitos e lendas da Amazônia. Sempre busco expressar a fantasia e a realidade da fauna e flora da Amazônia. Animais exóticos,  flores fantásticas e cores deslumbrantes despertam a minha criatividade. Transito entre o real e o imaginário. Ter nascido e vivido no coração da Amazônia, em Belém do Pará, foi para mim como receber uma dádiva. Então me inspiro na minha terra e nas minhas raízes. Atualmente estou fazendo estudos sobre minhas raízes indígenas, tenho uma família muito mista. Por parte de mãe, meu avô teve uma mãe bem indígena que se envolveu com judeus espanhóis. Por parte do meu pai também tenho raízes muito fortes, mistura de português com índios da região do Tapajós. Minha família de lá eram bem ribeirinhas e bem humildes. Esta vontade de buscar minhas raízes me fez procurar materiais de fotógrafos como o projeto “Xingu” dos irmãos Villas-Boas. Porém, quero ir mais além e captar o meu olhar  através de estudos em carvão, pretendo visitar tribos da região do Tapajós e de Tomé Açú e estudar o nu artístico indígena, que acredito que não foi muito explorado por grandes pintores do mundo. Estou focada na tinta acrílica em algodão cru para as minhas próximas exposições, que terão um pouco da minha história de moda, pois farei bordados com linhas e sementes nas próprias telas. E além disse continuarei com minhas gravuras em carvão com folha de ouro com temas indígenas. O meu estilo é contemporâneo que tem influencias da cartela de cores da natureza, de frutas, de temperos, da água, da terra, do vento. A temática é estética indígena, mas procurarei fazer narrativas da minha própria vida que é onde está minha poética. É difícil falar da obra. Eu tenho uma ideia e ela vem e às vezes é interpretada de várias formas, se assim for, eu fico mais feliz. Não gosto muito de falar da mensagem da obra, mas gosto de dizer o que tem por trás como técnicas e recursos que utilizo.

A música me inspira muito. Desde a música clássica de Beethoven, a Saga da Amazônia de Vital Farias, mas eu gosto de muita coisa. Tenho um irmão músico e uma mãe que tinha um bom gosto musical, então acredito que a música é fundamental para me dar energia na pintura. A pintura reflete o momento musical que estou ouvindo também.
-Estou com projeto de dar aula para crianças em 2015 e para menores presos que se encontram em fundações do governo de São Paulo, quero também participar de ocupações artísticas em São Paulo e continuar no Art battle.

Inspirações: índios, tribos, raízes, Van Gogh, Gauguin, Klimt, Gêmeos, Chagal, Brian froud, as mulheres que estão perto de mim, família, mãe, Belém do Pará, comida, música paraense, rios, mangueiras...