sábado, 30 de outubro de 2010

ELEIÇÕES 2010:

A MESMA FINAL DE 2006: AMARELOS X VERMELHOS

Dornélio Silva

Tem gente que não gosta de números, tem gente que adora números. Os números mostram a mensuração dos fatos. Gostar de gente, todos gostam (alguns de maneira diferente, mas gostam). Então, o confronto está posto, poucas horas nos separam da batalha final. E quem decidirá esse jogo? - Quem está na arquibancada, na geral, nas cabines especiais. Os dois jogadores, agora, apenas assistirão.

Vamos dar uma passeada nos números das eleições de 2006 e 2010. Em 2006, no segundo turno o confronto foi entre os amarelos e os vermelhos: Almir x Ana. Levou a melhor Ana Júlia. Almir Gabriel fechou o primeiro turno com 43,03% dos votos válidos, ou seja, 1.370.272; Ana fechou com 37,52% dos votos, representando 1.173.079 votos. Os outros candidatos somaram 583.152 votos, 18,65%. Almir, no segundo turno, chegou a apenas 45,07%; cresceu exatos 1,24% do primeiro para o segundo turno. Ana Júlia ganhou a eleição com 54,92% dos votos válidos, um crescimento de 17,4% do primeiro para o segundo turno. Significou que dos 18,65% dos votos de outros candidatos no primeiro turno, Ana abocanhou 17,4%. Disputavam naquela eleição Priante que obteve 14,01% dos votos; Edmilson Rodrigues chegou a 4,19%; além de Atnágoras e Raimunda Odilena que juntos chegaram a 0,45%. Priante (PMDB) apoiou Ana no segundo turno. Por ironia dos números, em 2006 Almir tinha 15 partidos que compunham sua coligação; Ana tinha cinco partidos apenas. Hoje, 2010, Ana Júlia tem 15 partidos na sua coligação mais Almir Gabriel (2º. Turno); Jatene tem sete partidos.

Nesta briga de 2010 entre amarelos e vermelhos, amarelos estão levando ampla vantagem. Jatene fechou primeiro turno com 48,92%; Ana fechou com 36,05%. Em 2006 ela obteve no primeiro turno 37,52%. Lá ela era oposição; hoje é governo com uma rejeição acima de 50%. Os outros candidatos somaram 15,03%. Pelas análises de nossas pesquisas internas, Jatene deve abocanhar em torno de 13% dos votos desses candidatos; Ana Júlia em torno de 2%. O candidato Juvenil (PMDB) que obteve 10,81% dos votos válidos está apoiando Jatene. A história se inverte.

Em 2006, a abstenção no primeiro turno foi de 19,82%, representando 824.058 eleitores. Em 2010, a abstenção cresceu, chegando a 21,18% (1.008.981 eleitores). A abstenção no segundo turno de 2006 foi de 24,1%, ou seja, 1.003.679 eleitores deixaram de votar. Portanto, em 2006 houve um crescimento do primeiro para o segundo turno de 4,28% na abstenção. Nesta eleição, não será tão diferente, apesar do feriadão.

Em 2006, os vermelhos cantaram vitória com poucos partidos lhes apoiando; em 2010, os amarelos cantarão vitória com poucos partidos lhes apoiando. Vamos ao campo neste 31 de outubro de 2010. Vamos jogar o jogo democrático!!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

I Congresso Nacional 2call

 
Estaremos lá representando a Doxa/2call Belém, acompanhe todo o congresso em nosso blog.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Mick Jagger tupiniquim.

Dornélio Silva

Lembram do Mick Jagger na Copa do Mundo? Ele estava na arquibancada do estádio de Rustemburgo, torcendo pela seleção dos Estados Unidos quando a equipe norte-americana foi eliminada por Gana. Ele estava na arquibancada do estádio de Bloemfontain, torcendo pela Inglaterra quando os ingleses foram eliminados pela Alemanha. Quando resolveu levar seu filho brasileiro, Lucas, para assistir a Kaká e cia. contra a Holanda, não deu outra: vitória laranja. Contra a Argentina, não deu outra: derrota Argentina diante dos Alemães.
Sim, e daí? Que tem a ver com a gente. Muito!! Aqui nós estamos assistindo ao nosso Mick Jagger tupiniquim: Almir Gabriel. Assim como Mick Jagger, Almir está com idade avançada. Todo poderoso, tirou Jatene da reeleição e lançou-se candidato. Pensava: ‘tudo que eu fiz pelo Pará será reconhecido, agora, nas urnas’. Perdeu a eleição para Ana Júlia. 2010: Almir se alia a Jader Barbalho (Adversários ferrenhos), Jader venceu nos votos, mas espera decisão do Supremo; Almir pede voto pra Juvenil, vai a comícios, a caminhadas, encontros.... Cadê os votos de Almir a Juvenil? Nada. Nem fedeu nem cheirou! Almir pediu voto em comícios para o candidato a deputado estadual, Yuri. Que aconteceu? Yuri perdeu a eleição.
Agora na final do campeonato de votos entre Jatene e Ana, o nosso Mick Jagger debanda para a arquibancada vermelha. Não fica na arquibancada, desce, vai para junto do time, discutindo com equipe técnica. Vai para a caminhada, comanda torcida, vai para os megafones.... ah!!! Agora sim! Almir vai agregar rejeição em Jatene e aumentar os votos em Ana. Nada. A cada dia, aumenta a diferença entre Ana e Jatene. Nosso Mick não está com nada! Já ouvi rasgadamente nosso Mick pedindo voto pra Dilma. Cuidado Dilma! Te cuida.... Dia 31, domingo, vamos a campo: de um lado os amarelos; de outro os vermelhos, tendo junto o Mick Jagger tupiniquim, torcendo, vibrando avermelhadamente!!! Que vença o melhor!

sábado, 23 de outubro de 2010

Grandes e pequenas diferenças: Ana e Jatene

Assistindo ao debate na RBA entre os dois finalistas que disputam este segundo turno no Pará, Jatene e Ana, percebi grandes e pequenas diferenças entre os dois candidatos: ideologia, discursos, programas de governo, forma de falar, forma de olhar.... “eu, o Lula, a Dilma representamos o povo, governamos para a maioria”; o “outro junto com FHC, com Serra representam a minoria, governam para a elite”. “Nós criamos o bolsa família, o PROUNI; eles eram contra”... e assim por diante.

Mas, por outro lado, existe uma diferença, quase imperceptível, apenas sendo distinguida por duas consoantes, ficando no limiar; sem essas consoantes os dois seriam iguais, pelo menos numa parte do corpo. Felizmente apareceram essas duas letras que transformaram a concepção dos personagens: ‘entendam, não me confundam com o meu adversário, por favor, Ele é Careca, eu sou Carepa’.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

“Ele gosta de números, eu gosto de pessoas”

Dornélio Silva

Durante o debate na Record desta segunda-feira (18), a frase da candidata Ana Júlia - “ele gosta de números, eu gosto de pessoas” -, reagindo aos argumentos de Simão Jatene, me chamou a atenção pela insistência, pela repetição. Faz-me lembrar dos tempos em que estudávamos a análise de discurso na faculdade. É muito interessante fazer esse exercício a 12 dias da eleição do dia 31 de outubro. Apenas um verbo na frase, gostar, repetido em duas conjugações: “ele gosta”, “eu gosto”; uma preposição, de, repetida em dois momentos: “...de números” “... de pessoas”. Dois substantivos, “números”, “pessoas”. Gostar é um verbo que tem uma conotação forte, expressa vários sentidos. Como verbo transitivo indireto, as pessoas podem ‘achar bom gosto ou sabor em alguma coisa’, por exemplo, “Jatene gosta de fazer a conta certa”, ou ainda, “Ana Júlia gosta do calor das pessoas”. Ainda como transitivo indireto, pode-se ‘achar alguém ou alguma coisa bom ou belo’: “Jatene gostou do tipo de resultado apresentado na pesquisa”; já “Ana Júlia gostou do belo tipo de pessoa apresentada na reunião”. O verbo gostar vai mais além, apresenta sentido de ‘ter amizade, amor ou simpatia’: “Jatene gostou dos números positivos de sua gestão”; já “Ana Júlia gostou dos jovens que foram lhe abraçar”. Como transitivo indireto, o verbo gostar tem sentido, também, de ‘ter inclinação ou tendência para alguma coisa’: “Jatene sempre gostou de ver a quantidade de tucunarés pescados”; já “Ana Júlia gostou de sentir o calor da quantidade de pessoas no evento festivo”. Finalmente, o verbo gostar apresenta-se significando ‘aprovar’: “Jatene gostou dos números da última pesquisa”; já “Ana gostou da caminhada cheia de militantes no bairro central”. ‘Gostar de números’ pode significar “gostar do número de pessoas que votaram em Jatene no primeiro turno”; como ‘gostar de pessoas’ pode significar um número grande de pessoas ou um grupo seleto de pessoas. Como se percebe Gostar de Números e Gostar de Pessoas, dependendo do ponto de vista do discurso, pode significar muita coisa. Fica a pergunta no ar: Quem vai gostar ‘de que’ e ‘de quem’ no dia 31 de outubro?

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Bluetooth espalhado pelo Brasil

A Revista Proxxima, do Grupo Meio & Mensagem, publicou na edição de outubro uma matéria com Roberto Saretta sobre o projeto de hotspots. Para Saretta, diretor geral da 2Call, a ideia principal das zonas de interatividade é formar uma rede de comunicação.
“Vivemos em uma era em que os celulares controlam os relacionamentos e a vida social de muitas pessoas, isso pode ser estendido para o contato entre as marcas e consumidores com o intuito de criar vínculos. A grande maioria das pessoas não desliga o aparelho, nem mesmo enquanto dorme, utilizando-o como despertador. Nada melhor do que unir o meio de comunicação mais próximo das pessoas com a marca preferida”, finaliza. (fonte blog 2call)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Doxa/2call realizou Ação de Bluetooth e Pesquisa em GPS no evento Supernorte


Nos dias 11,12 e 13 de outubro a Doxa/2call realizou ação de Bluetooth para a empresa de produtos alimentícios Ocrim, no evento Supernorte, que foi realizada no Centro de Convenções Hangar. Além disso, os participantes também concorreram a um cãozinho de estimação. A Doxa também realizou pesquisa em GPS para avaliar o stand. A tecnologia em GPS facilita para a rápida mensuração dos resultados, o que torna a pesquisa uma forma instantânea  de avaliar a marca do cliente.









quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Aplicativo de compra e venda de carros ganha Leão de Prata

Que idéia bacana este aplicativo que foi sucesso no Reino Unido. Trata-se de um aplicativo desenvolvido para iPhone, que permite a compra e venda de carros usados a partir de uma simples foto. O usuário pode tirar foto de qualquer carro que ele se interesse, e imediatamente ele recebe informações sobre o modelo e marca da foto do carro. Ele pode também comparar preços do carro, saber das opiniões de consumidores e ainda consegue agendar um test-drive. É o número um nos apps gratuitos do Reino Unido!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Doxa faz Pesquisa em GPS e Ação de Bluetooth no evento SUPERNORTE

A Doxa Pesquisa e Comunicação, desde o dia 11 de outubro, está fazendo Pesquisa em GPS com o público que circula no evento Supernorte, no Hangar em Belém do Pará. Fora a pesquisa, também está realizando ações de bluetooth marketing para a empresa OCRIM, com o intuito de fortalecer a marca e a visita ao stand. Nos posts seguintes colocaremos fotos da ação!




Fique ligado no encerramento de hoje!
SuperNorte 2010
11/10/2010 16:00
13/10/2010 22:00
 Evento: A13ª edição da Convenção de Supermercados e Fornecedores da Região Norte – SuperNorte 2010, o maior evento do setor de varejo na Amazônia.
A Feira de Produtos, Serviços e Tecnologias, da SuperNorte 2010 conta com 84 estandes e cerca de 300 marcas representadas em 3.685 m2 de área de exposição.
Período: 11 a 13 de outubro.
Abertura Oficial: dia 11, às 16 horas.
Tema: “Sustentabilidade - novo jeito de produzir, vender e consumir”. Com essa abordagem inovadora, a SuperNorte reunirá ideias e experiências com impactos positivos no crescimento das empresas, além de excelentes oportunidades de negócios para quem produz e atua no setor de autosserviço.
Público Alvo: Empresários do Setor, Executivos, Supermercadistas e Fornecedores.
Realização: Associação Paraense de Supermercados - Aspas.
Informações: (91)3249-4545/ 3249-4268/ 3249-0024
www.aspas.com.br/supernorte2010.htm

Programação
Feira de Produtos, Serviços e Tecnologia
18 às 22h.
Cursos Técnicos
Dias 12 e 13/10
8h30 às 12h
Temas:
- Aperfeiçoamento gerencial de supermercados
- Atendimento ao cliente
- Boas práticas na produção de hortifruti
- Boas práticas no setor de perecíveis
- Comunicação e marketing pessoal
- Desenvolvimento sustentável frente às novas demandas de consumo
- Eliminação de desperdícios e perdas
- Higiene, saúde e segurança no trabalho
- Marketing e merchandising no ponto de venda
- Qualidade de vida no trabalho
- Trabalho em equipe: superando desafios
Circuito de Palestras
Dia 12/10 (terça-feira)
15h - Tema: A empresa e a pessoa sustentável
Palestrantes: Átila e Rosi (ilusionistas especializados em gestão de empresas e pessoas)
16h30 - Tema: Perspectivas para o Brasil no novo Governo
Palestrante: Cristiana Lôbo (jornalista e comentarista da Globo News)
Dia 13/10 (quarta-feira)
15h - Tema: Case Havaianas - Como um produto brasileiro conquistou o mundo
Palestrante: Ângela Hirata (executiva e consultora de comércio exterior)
16h30 - Tema: Competir pelo futuro é entender o cliente
Palestrante: Cláudio Tomanini (professor da FGV e especialista em estratégia)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Eleições 2010 e o peso de Lula nas eleições.



Prof. Dr. Manoel Alves da Silva
Passadas as eleições, os candidatos, os partidos políticos, especialistas e o público em geral se perguntam: O que leva o eleitor a definir seu voto, ou seja, sua decisão em votar num candidato é pautada por qual critério? Existe uma racionalidade que orienta esta decisão, ou ela é substancialmente baseada no seu estado emocional?
No livro a “cabeça do eleitor” o autor apresenta uma assertiva, segundo a qual governos bem avaliados se reelegem ou elegem seu sucessor, bem como o contrário -também - é verdadeiro, ou seja, governos mal avaliados não se reelegem, nem tão pouco, elegem seus sucessores. Segundo este raciocínio há uma lógica que orienta a decisão do voto por parte do eleitor.
A avaliação positiva ou negativa que o eleitor atribui a um determinado governo está relacionada ao grau de satisfação deste eleitor, sendo assim quanto mais o eleitor vê seus interesses atendidos, maior será sua satisfação com o governo, e em proporções similares será sua avaliação positiva em relação ao governante.
Mas afinal o que leva o eleitor a decidir seu voto? Na hora de votar o eleitor trás, também na sua memória comportamental, a lógica do jeitinho Brasileiro (Roberto DaMatta), ou seja regras essenciais da convivência societária podem ser violadas ou negligenciadas. Afinal, quem está atrás tem o direito de ficar na frente, e quem está na posição de baixa deve aspirar à posição de cima. E nesse momento regras sempre foram feitas para servir a quem está ou na frente ou em posição de superioridade, logo podem e devem ser desconsideradas. “Afinal quem tem fome tem pressa”, mesmo que para atingir seus objetivos adotem posturas “alopradas”.
Ao buscarmos entender a lógica do comportamento individual/coletivo na sociedade, observamos certa tolerância com ações que desrespeitam as regras estabelecidas. Nossas elites políticas (governantes) consideram absolutamente “normal” utilizar o dinheiro público para atender os interesses de grupos particulares: pagar parlamentares para obter maioria congressual,  um partido pode orientar seus ascetas a violar sigilo bancário, fiscal, montar dossiês baseados em dados restritos ao uso do Estado, sendo manipulados ao sabor dos interesses de grupos, na guerra santa que este (partido) trava contra o mal (os adversários). Apropriar-se do dinheiro público para corromper a opinião pública, e a própria sociedade.
Esse consentimento sub-reptício que as elites acreditam possuir para se apropriar do patrimônio público, ou de utilizar a esfera pública para fins privados (partidários); ou seja, uma legitimidade para infringir a legalidade, também perpassa às camadas populares. Haveria uma ambiência de micro corrupção sedimentada por práticas micro corruptivas no cotidiano popular. Sendo assim, o agir coletivo desde estratos sociais populares às elites estão impregnados por uma lógica patrimonialista. Emblematicamente simboliza uma profunda tolerância com as ações transgressoras às regras majoritariamente constituídas; ou seja, a legalidade.
Partindo dessa lógica retomamos a assertiva desenvolvida na literatura sociológica (a cabeça do Brasileiro, a cabeça do eleitor) para focarmos as eleições 2010. O resultado das eleições demonstrou à vitória da candidata do PT, mas não no primeiro turno.  Por outro lado, os governadores do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Santa Catarina, Paraná, venceram. Ancorado no argumento apresentado nesse texto, digo que: essas vitórias representam a satisfação dos eleitores com os respectivos governantes. Assim como a governadora do Rio Grande do Sul não se reelegeu, por força da rejeição altíssima. No caso do Estado do Pará, a governadora Ana Julia  com rejeição superior a 40% terá grandes dificuldades no segundo turno. Neste caso o eleitor não está vendo seus interesses atendidos, levando-os a rejeitarem as governantes, e, por conseguinte, não reelegê-las.
 Nas disputas para os governos estaduais a influência do presidente Lula é residual, não decisiva. A vitória do candidato petista no Rio Grande do Sul não está relacionada à popularidade do presidente lula, até porque se isso fosse verdadeiro, essa mesma popularidade teria revertido às derrotas no Pará, e em São Paulo. As eleições para presidente e de governador possuem dinâmicas diferenciadas, pautadas em escalas de interesses distintos. No estado do Pará a candidata Dilma venceu o candidato do PSDB, contudo a candidata petista ao governo do Pará Ana Julia foi derrotada pelo candidato do PSDB; no Rio Grande do Sul, o PSDB perdeu para o PT; no Acre Marina perdeu para o Serra; e em São Paulo, embora Mercadante tenha recebido apoio ostensivo de Lula, não evitou a  derrota de Mercadante/Dilma. Em Brasília, endereço domiciliar do presidente mais popular da historia do Brasil, a Marina ganhou.
 Sendo assim a popularidade do presidente Lula é receptiva em ambientes nos quais há densidade de satisfação por parte do eleitor, mas é residual e assume contornos alegóricos em situações de rejeição aos governantes, e insatisfação; quando os interesses dos eleitores não são atendidos por esses governantes. Nesses casos o presidente Lula não consegue transferir seu lastro de popularidade àqueles governantes que possuem avaliação negativa. Mas há sempre a possibilidade do eleitor trocar quatro anos de escola pública por uma cesta básica, na mesma proporção existe o político para oferecer esse escombro, pautado na lógica do “jeitinho brasileiro”. Contudo o eleitor vota de acordo com a sua lógica de interesse.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

IBOPE “DELETADO”

Por Dornélio da Silva


O “santo” IBOPE não influencia mais em nada! É isso mesmo.Decadente e desacreditado! Sem falar na vergonha nacional, verifiquemos apenas a situação do Pará neste primeiro turno. Na véspera do pleito, expectativas dos números que viriam, as manchetes dos jornais... então surgiram os números da eleição no Pará. Publicaram-se os votos válidos: Jatene 53% e a somatória dos demais candidatos, 47%, diferença de 6 pontos percentuais, o que não daria segundo turno. Portanto, os jornais manchetaram“segundo IBOPE Jatene ganha no primeiro turno”. Diante do fato, A PESQUISA IBOPE, recebi vários telefones com a seguinte indagação: “tem ou não tem segundo turno?”. Como não acredito mais em Ibope, puxei da gaveta a nossa última pesquisa estadual realizada entre 24 a 28 de setembro, portanto, bem antes da coleta de campo do Ibope que fechou o campo na véspera. Fiz a conta dos votos válidos em que retiramos os brancos/nulos/indecisos, chegamos ao resultado: Jatene 49,7%, os demais candidatos somados, 50,2%, diferença de 0,5% para ter segundo turno.A partir de então, comecei a responder aos interlocutores: “indefinido, imprevisível” (nunca usei tanto essa palavra como no sábado e domingo), tudo vai depender da competência dos dois blocos partidários no “convencimento” de eleitores no sábado de dia, no sábado a noite, no domingo de madrugada e domingo de manhã. A forma de convencimento são as mais variadas possíveis. E o resultado oficial do primeiro turno: Jatene 48,92%,os demais candidatos somaram 51,08%, diferença de 2,16%. “Acelera Pará”, de fato, nos últimos momentos foi “competente” em acelerar e conseguir os 3 pontos percentuais para garantir o segundo turno. IBOPE está fora! Delete de suas memórias!



E o segundo turno? Um breve olhar sobre os números!

Analisando os números finais da eleição, podemos identificar, a partir deles, a tendência de Jatene sair vitorioso desta eleição. Vejamos: Ana Júlia, evidentemente, vai continuar com sua rejeição alta (final de primeiro turno zera tudo, segundo turno é outra eleição), mas não zera rejeição cristalizada, isso não! Portanto, Ana vai ter, como teve no primeiro turno, dificuldades de receber votação de eleitores que votaram em Domingos Juvenil, Fernando e Cleber. Vamos fazer um exercício, baseados em dados oficiais do primeiro turno. Jatene fechou o primeiro turno com 48,92% e Ana com 36,05%. Os outros candidatos somados, 15,03%; portanto,Jatene e Ana vão buscar esses 15,03%. Numa medida extrema: Jatene mantem os seus votos;todos os demais votarem em Ana e ela não perder nenhum voto, chegaria a 51,08%, passando Jatene. É evidente que é impossível essa hipótese acontecer. O mais plausível será fazer um exercício pela probabilidade. Os 15,03% votos flutuantes poderão ser distribuídos pela proporcionalidade dos votos recebidos pelos dois candidatos. Neste caso, 7,35% migraria para Jatene, 5,42% para Ana e 2,96% anulariam o voto. Portanto, ao final, Jatene poderia chegar a 56,27% e Ana a 41,47%. É um exercício baseado em números reais. Temos pela frente 25 dias para as “competências” dos blocos partidários manterem os votos recebidos no primeiro e conquistarem outros e até tirarem votos do adversário.

sábado, 2 de outubro de 2010

OS NÚMEROS DO SENADO E PROPORCIONAIS DO PARÁ EM DISCUSSÃO

Por Dornélio da Silva


Permita-me, amigo prof. Edir, entrar na discussão, especialmente no que informa a pesquisa da UFPA, publicada nesta sexta-feira,a respeito do senado e da intenção voto para deputado estadual e federal.

Primeiro detemo-nos ao senado: algo estranho paira na metodologia da pesquisa ou na aplicação ou na formulação da pergunta para coletar os dados para o senado. A pesquisa coletou os dados entre os dias 24 e 28 de setembro, praticamente uma semana antes do pleito do dia 3 de outubro. Portanto, é inconcebível que tenhamos um percentual tão grande de eleitores que não definiram seus candidatos. Afirmo isso não por achismo ou movido por paixões políticas, mas a partir de dados que possuo de pesquisas eleitorais realizadas em todo o Estado do Pará. Realizamos três rodadas de pesquisas estaduais: julho, agosto e setembro. A última coincidindo no mesmo período de campo da UFPA. A tendência é diminuir o número de indecisos à medida que se aproxima o dia “D”. Em julho, no primeiro voto para o senado, a somatória de brancos/nulos/indecisos indicava 32%; em agosto, diminui para 23%; já em setembro (23 a 28), esse índice cai para 13%. No segundo voto, apesar de serem altos esses índices, no entanto mantém-se a tendência de queda. Vejamos: em julho era de 58%; em agosto cai para 52% e em setembro reduz-se para 32%. Verifique que há uma tendência que é normal, a medida que há a aproximação da eleição.

Na pesquisa UFPA – última -, brancos/nulos/indecisos somam 32% (mesmo primeiro voto é alto) quando a tendência, como se viu, já era para estar menos que 15%. No segundo voto esse índice é altíssimo: 59%. Historicamente não tem acontecido essa tendência. A UFPA captou essa quebra histórica ou os outros institutos mantiveram a tendência da opinião pública.

Amigo Edir, 60% dos eleitores a menos de uma semana não sabiam, ainda, em quem votar para deputado estadual ou federal, é um índice demasiadamente alto para os padrões históricos de pesquisas eleitorais realizadas ao longo dos anos no Pará. A uma semana das eleições, esses índices variam entre 25% a 30%. Temos o acervo histórico. Será que nesta eleição essa tendência foi quebrada?

Veja a Pesquisa da UFPA.